Segunda-feira, 31 de Outubro de 2005
Deixem me livre. Solta. Liberta...
Serei de certo, em tudo discreta.
Quero voar ou talvez não...
sentir ódio ou até paixão.
Quero ser eu e não ser ninguém...
apenas estar só ou estar com alguém.
Quero acordar ou estar a dormir...
quem sabe sonhar e nunca sentir.
Quero um beijo e digo que não...
deixo o desejo, agarro a paixão.
Quero ficar ou talvez partir...
sentir saudade de não a sentir.
Quero gritar omitir este som...
pintar de mil cores, ou apenas num tom.
Quero sorrir quem sabe a chorar...
ter a certeza q há terra e mar.
Quero amar um amor tão cruel...
umas vezes amargo, outras vezes mel.
Quero brincar feito uma criança...
ser uma mulher, sentir a esperança.
Quero lutar rendida p'la dor...
numa batalha, num jogo de amor.
Quero o sol perdido na lua...
andar coberta, com a pele nua.
Quero a ti ou qualquer outro...
ter a sanidade, de um simples louco.
Quero ser rica por ser tão pobre...
eleger o povo, para meu nobre.
Deixem me livre. Solta. Liberta...
Serei de certo, em tudo discreta...
@utor: A.Feiticeira...
Quinta-feira, 27 de Outubro de 2005
O Inverno havia chegado! O vento soprava forte, fazendo curvar as árvores mais jovens. Na velha clareira, situada na orla da floresta, mesmo por baixo do velho carvalho, ela permanecia imóvel! Fitava estranhamente o Horizonte. Há muito que fizera perguntas, e agora as respostas tinham chegado sem se fazerem anunciar.
Fechou os olhos, sentiu a brisa afagar-lhe os cabelos longos. Havia sonhado com aquele momento a vida toda! Nunca nada a detivera, nunca nada a fizera vacilar, mas no momento, naquele exacto momento, o coração pulsava descompassado, e o medo do que desconhecia, detiveram-na! Foi assim, que decidiu procurar o Velho Carvalho, que já era velho quando ela nascera, tentando procurar nele a sua força (sempre ouvira dizer, que a idade avançada, era sabedoria dobrada). Ela tinha mesmo que partir! Sonhava hà muito com o Mar, sonhava hà muito encontrar o seu espírito que vagava, perdido. O momento tinha chegado, mas agora, ela gostava de poder adiar o seu sonho. Queria levar consigo os seus, queria mudar as montanhas, que tinham sido o seu lar, para perto do seu Mar. De repente, a vontade de partir não era assim tão imensa, e a vontade de ficar crescera desmesuradamente.
Começava a fazer-se tarde, o seu coração teimava em ficar, mas a sua Alma já partira! Ela ergueu-se, respirou fundo, procurou novamente no Horizonte a sua direcção. Abraçou o Velho Carvalho, deixando verter lágrimas, lágrimas de Sal e sussurrando-lhe baixinho, Deixo-te lágrimas Salgadas, para que saibas que existe Mar. É lá que me encontrarás! A vós irei encontrar-vos sempre no meu coração, porque Amor que nasce na Alma, não se esquece nem se acalma
Nesse dia ela partiu, partiu como a brisa que passava, ou com a própria brisa, nem sei. Partiu em busca de Sonhos! Jamais voltou ao seu Lar, mas diz quem a conheceu, que Ela morreu a Sonhar!
Quarta-feira, 26 de Outubro de 2005
O mar estava cinzento, o vento forte, mas por incrível que possa parecer a chuva caía de uma forma quase musical, quase como se a intempérie não a afectasse.
O mesmo se passava com ela. Se para alguns o tempo os deprimia, o mar cinzento os tornava cinzentões a ela dava-lhe um sentimento de força, poder
de conseguir tudo. Quem lhe dera ser forte como o vento, poderosa como o mar revolto, e transparente como a chuva que caía.
Sentiu uma necessidade de fazer parte dos elementos.
Abandonou o abrigo da casa quente .
Lançou-se ao vento, envolveu-se com o mar e misturou-se com as gotas da chuva. Deixou de ser gente
alcançou o tecto do mundo, tornou-se intocável, transparente, forte, poderosa.
Transformou-se numa tempestade
Foi muito além do imaginável.
Tocou o horizonte.
Mas teve que regressar. O vento, a chuva e o mar sussurravam-lhe ao ouvido. Primeiro docemente, depois mais forte, depois insistentemente:
- Princesa, talvez seja melhor levares um guarda-chuva!!!», estava na ombreira da porta da sua casa.
@utor: Princesa Virtual
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Que se lixe o romance. Por hoje basta!
Foi com este desabafo proferido em voz alta, apenas para mim, que desliguei o computador após longas hora de trabalho, pouco menos que improfícuo, na tentativa de acrescentar mais algumas páginas ao romance que há muito estou a tentar terminar.
O relógio indicava que as 2 horas da madrugada já há muito haviam sido ultrapassadas. O corpo cansado, e a cabeça esvaída reclamavam cama, mas o calor intenso que ainda se fazia sentir convidava a desfrutar de alguns momentos reclinado na confortável cadeira de verga que tinha na varanda.
Assim fiz. Recostei-me preguiçosamente no cadeirão, fechei os olhos, e deixei-me acariciar pela brisa morna e suave, que mansamente me ia envolvendo o corpo e anestesiando a mente. Respirei fundo, e senti-me bem.
O céu, estrelado, estava iluminado pela luz fascinante de um luar prateado como só é possível admirar numa noite de lua cheia, em pleno mês de Agosto. O aroma inebriante das flores do jardim, intensificado pelo ar quente da noite, entra-me pelas narinas e quase que me anestesia. È o corpo que se relaxa, e se abandona lascivamente, afundando-se cadeira abaixo, e são os sentidos que se estimulam e geram um parafernália de desejos mais ou menos inconfessáveis.
Lembrei-me então que, naquele momento, estava deitada na minha cama, uma mulher escultural e doce, que faz questão de me fazer companhia sempre que sonha que posso estar em crise de inspiração. Pega na mala e instala-se, de armas e bagagens, na minha casa sem aviso prévio, e sem admitir protestos. O mais interessante disto tudo é que eu cada vez estou a gostar mais dessas invasões da minha privacidade.
Só o facto de saber que tinha ali, bem perto de mim, essa mulher esplêndida, e esse ser humano admirável, transmitia-me uma agradável sensação de tranquilidade e confiança que eu nunca tivera o privilégio de sentir na minha vida, antes de a conhecer. Sentia-me um outro homem, mais ousado e mais atrevido, capaz de enfrentar o mundo, e realizar coisas tão complicadas como, por exemplo, escrever um romance.
Ao pensar nisso senti-me bem
muito bem. Abandonei-me ao torpor provocado pela brisa quente, e pelo brilho prateado da lua, que parecia sorrir para mim com bonomia. Deixei-me afundar, lascivamente, pelo cadeirão abaixo, retribui o sorriso e deixei-me adormecer
Um sopro um pouco mais forte da brisa da noite ainda cálida acordou-me. Ia já madrugada adentro. Levantei-me preguiçosamente, e meio ensonado cambaleei até ao quarto onde me esperava aquele anjo, que transformara a minha vida quase num paraíso. A janela escancarada deixava que o luar banhasse todo o quarto com a sua luz mansa e brilhante. Deitada em cima da cama, nua como gostava, a Raquel, era esse o seu nome, dormia com o ar sereno que só os justos conseguem deixar transparecer. A sua pele já de si muito branca resplandecia por sobre os lençóis, deixando bem à vista aquele triangulo farto e negro que tanto me seduzia e que eu gostava de acariciar com deleite. Aproximei-me sorrateiramente e depositei levemente um beijo naquela mata cerrada. Senti as suas mãos pousarem mansamente na minha cabeça e, com enorme delicadeza, fazerem uma ligeira pressão para baixo. Senti-me nas nuvens
O ladrar furioso de um cão, nas imediações da minha casa, fez-me acordar sobressaltado. Olhei o relógio. Era tarde
muito tarde já. Decidi então que eram mais que horas de ir para a cama. Foi o que fiz.
Ao deitar-me, com cuidado evitando fazer barulho, ouvi um a voz trovejante:
- Isto é que são horas de vir para a cama? Sempre a porcaria do romance. Grande parvo! Já tens idade para ter juízo.
Ignorei os impropérios e deitei-me. Uma pergunta no entanto martelava a minha cabeça: Que mal fiz eu para merecer esta mulher?
O sonho desvanecera-se. Tinha de novo pousado na terra. A realidade era esta
Raios partam!
@utor: Pinóquio
</blockquote>
Procuro nas memórias pensamentos
Que cheguem como as águas do meu Mar
Que me tragam pensamento convergentes
Que me digam o porquê do meu pulsar
Procuro a tua boca que me beija
Que me toca na pele com tal doçura
Que me faz tremer a cada toque
Que enche a minha vida de ternura
Procuro o teu corpo que me enlaça
Que pinta a minha vida de alegria
Que sacia o meu corpo que te busca
Que impele a amar-te mais a cada dia
Procuro apenas ter a tua entrega
Procuro dar-te parte do meu Ser
Procuro saciar os nossos corpos
Que anseiam por dar e receber!
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Terça-feira, 25 de Outubro de 2005
Olhando para a foto ate me deu inveja ( um sentimento que raramente tenho) de estar ali .. não com a nina da foto .. mas estar ali no mesmo lugar, numa simples troca, eu lá e ela aqui, mas não pode ser .. tenho de puxar pela imaginação e imaginar que em vez de estar aqui no work estou ali sozinho a deliciar-me naquela água ... imaginando, sonhando acordado com momentos assim, em como a vida também se faz de momentos a sós, momentos entregues aos nossos pensamentos aos pequenos prazeres que nos deliciam que nos fazem sentir vivos.
Olhei novamente e a nina saiu do retrato, ao qual se encontrava presa e passeou junto a mim, assim desnudada, sem pudor tocando a minha face sorrindo para mim, fiquei sem palavras como se não acreditasse nos meus próprios olhos, tocou-me, um arrepio subiu pela minha medula soando no cérebro como um trovão, os seus olhos diziam-me que nada de momentos a sós a vida é para ser desfrutada em boa companhia. A sua voz ecoava na minha mente ..
Ó Zeu vê lá se acordas, preciso de alguém para ir fazer buscas logo à tarde, tens disponibilidade???
Acordei do meu sonho, a foto foi minimizada só consegui responder ..
Sim, é para onde?
- Num fotografo, acho que tem a ver com aquele caso de fotos quentes na Net.
Deixei escapar uma gargalhada, com sorte ainda tem lá a banheira. J
@utor: Passo_o_dia_nisto
Quinta-feira, 20 de Outubro de 2005
Um dia tive um sonho
Fiz uma grande viagem
Que pesadelo medonho
Ver tamanha miragem
Sonhei estar em África, onde crianças sorriam. A fome era passado, a guerra apenas história. A sida tornara-se amiga e combatia a malária. As minas transformadas em balões, baloiçavam na brisa de fim de tarde...
Sonhei navegar no gigante Amazonas. Via uma floresta imensa, que me guiava até ao infinito. Os Índios , donos de suas terras, tratavam com carinho o Pulmão. Este retribuía soprando oxigénio para o ar...
Sonhei embarcar e seguir pelas águas calmas do Pacifico a bordo do dorso de um tubarão. Os tufões empurravam-me, como um pai empurra a bicicleta do filho, fazendo-me deslocar lentamente para norte. Chegado aí, qual não foi o meu espanto: Bush, Blair e Bin Laden fumavam cachimbo após o jantar...
Sonhei voar até ao Médio Oriente, pela janela do meu tapete vi esse enorme buraco suturado com fios de ozono. No Iraque foi recebido por um povo entusiasta que governava o seu próprio país, Deus e Alá eram um só. Vi o impensável, um terramoto com os seus fortes braços embalava um bebé no berço...
Sonhei voltar ao meu país, aí admirei os políticos que abdicavam de parte dos salários para a ajuda no combate á pobreza. Vi hospitais colocando anúncios, não tinham clientes, tinha acabado essa infindável lista. Os tribunais saiam para a rua em protesto, não tinham processos. As pessoas eram civilizadas na estrada. O cancro transformara-se em antibiótico e combatia a velhice...
Quando pela manhã , ao som do despertador, pensando ouvir a campainha de uma qualquer escola, onde os alunos entravam sorridentes, abri os olhos. Ao abrir a janela e olhando em redor apercebi-me que tinha terminado a minha viagem. Sentei-me na cama, e em jeito de oração matinal, apenas murmurei:... Meu Deus!!!! Alá!!!!... porque confiaste o teu paraíso nas mãos desse monstro, chamado Humanidade....
@utor : MAO_SU_LEU
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Segunda-feira, 17 de Outubro de 2005
height=329 alt=enrroscadinho.jpg src="http://bloguiando.blogs.sapo.pt/arquivo/enrroscadinho.jpg" width=329 border=0> Juntos em frente á lareira Nossos corpos nus, sem pudor Iluminados por essa fogueira Entregues em êxtase ao amor. Teus cabelos de cheiro a jasmim Afaguei-os com toda a ternura Nesse teu corpo de mel e cetim Entreguei-me a tamanha loucura. Embriagado do teu perfume Teus lábios doces beijei Ali, em frente de tal lume Por ti me apaixonei. Com todos os meus sentidos Teus seios hirtos humedeci E ao som dos teus gemidos Bem dentro de ti eu explodi. Por fim exausto de cansaço Moribundo em meu leito, Contigo em meu regaço Reparei no que tinha feito. Olhando para ti, sorri. Tu imóvel, vinda do nada, Não sentiste o que eu senti... Fizera amor com a almofada. @utor: MAO_SU_LEU
Numa das minhas incursões pelo chat, lembrei-me de lançar um repto, a pessoas que eu muito prezo, no sentido de conseguir ler no nosso Blog, coisas escritas pelos nossos "amigos". Desta forma poderia juntar neste espaço virtual, testemunhos e textos, de pessoas, com que nos habituámos a partilhar momentos, poesias, textos, enfim...partes de nós. A todos aqueles que não tive oportunidade de falar pessoalmente, fica o repto, de publicarem neste blog, um texto sobre SONHOS. Escrevam-me, que eu publicarei, com muito gosto, e sempre com muito carinho!
Quarta-feira, 12 de Outubro de 2005
As lágrimas surgiram lentamente
Como lembrança do dia que findou
Aconcheguei-te mansamente no meu peito
Que durante tantas noites te embalou
Queria eu ter dons de fada
Queria eu calar a tua dor
Queria eu ter-te em meus braços
Afastar para sempre o teu temor
Mas a vida encaminhou-te para mim
E as palavras faltaram no momento
Mas os gestos surgiram brandamente
Atenuando assim teu sofrimento.
E ao ter-te em meus braços percebi,
Que não podia impedir o teu sofrer
Dar-te-ei para sempre o meu regaço
Para alentar a dor do teu viver.
</blockquote>