Terça-feira, 31 de Janeiro de 2006
Sempre, aos domingos. Abraçados, eu e estes restos de tarde num conluio de silêncios a espreitar do fogo e do azul a folia. Queda-se ainda o olhar turvo na fresta do sobejo do dia à hora do manto da rainha. Muito ao longe, dobram os sinos pela morte do dia, e nós aqui, de coração atado entre-portas, enfiamos contas incertas e floridas no colar de nós de tempo. Estremece a fé nestas horas de lume e prata e contudo, incorpóreos, desfiamos o rosário da vida. No chão de urze das almas inquietas chovem às vezes pétalas de ternura oferenda de um resto de Deus para o caminho.....onde as mãos se abrem a outras mãos, e são lenha a crepitar na fogueira, a oração muda entoada num só peito. Antes da palavra, rolará uma lágrima pelo abraço que se sabia. Antes da Palavra e do Verbo as almas cansadas pisarão o mosto, amassarão o sonho.. e no silêncio cumprirão a profecia! À mesa sempre posta da vida...levarão o pão e o vinho. Autor@: Dolce-Fare-Niente </blockquote>